Olhares do Cotidiano

21 de fevereiro de 2006

"Somente onde há sepulturas há também ressurreições"


"Somente onde há sepulturas há também ressurreições" (Nietzsche)

Me digas com o que tu brincas e eu direi quem tu serás.......
Em nossos brinquedos certamente reside boa parte de nossos sonhos vindouros, eles nos ensinam que não existe nada mais sério que o ato de brincar, tu já viste quando uma criança brinca... Mas brinca de verdade, aquele grau de concentração, aquele envolvimento lúdico que permite que o céu e o inferno residam no mesmo instante.... Lá onde a imaginação reina e aprende-se que a estética é mais que nome complicado. Ainda brinco hoje!!! Adoro.

Pois bem..... penso que é um fenômeno que está se alastrando com muita rapidez, a passividade diante do universo lúdico. As nossas crianças não tem brincado; elas assistem as brincadeiras que outros "brincaram". A televisão e o videogame são bons exemplos disso. Um olhar vago e perdido, uma atenção que é desviada da vida autêntica para uma rotina pré-programada, pré-estabelecida, pré-sintonizada, onde o que reina de fato é a sugestão, a indução ( que o "deus" mercado sabe muito bem usufruir). Nossas crianças desde cedo são catequizadas na doutrina do consumo, nos joguinhos eletrônicos, etc. O objetivo geralmente é destruir e aniquilar, exterminar inimigos que assumem as feições geralmente do "diferente" - na américa latina são personagens traficantes, os do Oriente são terroristas e assim vai, a lista é interminável... Hoje é muito difícil "filtrar" as brincadeiras.... que de infantis nada têm.

Nosso cotidiano está repleto de beleza lúdica, imediata. Precisamos nos sensibilizar e sensibilizar as nossas crianças para os aspectos atrativos da vida, do humor, da alegria. Estamos criando verdadeiras sepulturas em nossos lares. Esse é um processo perfeitamente reversível.
Aprenda a brincar.... como? Brincando.

Construa brinquedos com seus filhos, com seus amigos... Te garanto que isso dá trabalho, aquele trabalho que só um brinquedo pode dar... É brincando que se aprende!!! Construa o universo dos seus sonhos... o que o impede? Tempo... hum sei... não vale reclamar depois quando "eles" não tiverem tempo de serem pessoas melhores... as vezes é tarde!!! Me lembrou o poeta agora:

"Vossa casa é vosso corpo ampliado... E dizei-me, povo de Orphalese, o que tendes guardado atrás dessas portas trancadas? Tendes paz, esse anseio tranquilo que revela vosso poder?
Tendes recordações, arcos lampejantes que ligam os topos da mente?
tendes a beleza, que leva o coração das coisas feitas de madeira e de pedra para a montanha sagrada?
Dizei-me tendes tais coisas em vossas casas?
Ou tendes apenas o conforto, e lascívia do conforto - essa coisa furtiva que entra em casa como convidado depois se torna hóspede e depois senhor?" Khalil Gibran

O importante em nossas brincadeiras, é que ampliemos nossos sonhos e formemos uma realidade compatível com os anseios da vida. Diga não as drogas, as verdadeiras drogas que começam a contaminar a alma cedo, as outras são só uma continuação dos brinquedos errados...

Paz e Saúde a todos.... Posted by Picasa

2 Comments:

At sáb. fev. 25, 08:37:00 PM AMT, Anonymous Anônimo said...

Desoladamente, observamos que algumas de nossas crianças estão amadurecimento precocemente e isso também devemos à nossa TV. Enquanto estava lendo textos com referencia ao brincar infantil nas várias regiões brasileiras, crianças, minhas vizinhas, pulavam e repetiam dança de tati quebra barraco e bola de fogo, enquanto outra cantava uma letra que diz que “alguém ligou pra mim...”. Depois, cantaram “a lua me traiu”. Bem, elas brincavam. Porém, uma brincadeira erotizada. Que pena! A brincadeira tem várias funções, claro ! Quando a criança brinca com as outras o que predomina é a diversão, a brincadeira em si. E isto, naturalmente, ajuda a criar em torno da criança um ambiente mais infantil, mais próprio à faixa etária em que se encontra, contudo, o “repertório” anda um tanto fraco e assistimos a desintegração da infância.
Em minhas incursões , deparei-me com esse texto abaixo, onde pessoas de faixa etária que, longe de nós vão, relatam suas brincadeiras. Que preciosidade!
Abaixo dos relatos está uma seleção de brincadeiras sempre vivas e que somente necessitam de resgate (se é que já não o foram em algum rincão ou escola);
E considero de suma importância a informação das brincadeiras indígenas. Penso que poucos de nós conhecem o brincar da criança índia. Tem até uma liustração de um brinquedo que vimos lá na Terra Preta. Aquele que prende os dedos.
Os textos são ricos em informações e valem a pena ser conferidos.
Abraço.

http://www.museudapessoa.net/emdia/emdia17.htm
Brincadeiras e Brinquedos
"Eu brincava na casa com meus irmãos. Eu me lembro quando meu pai trouxe a primeira bola e veio batendo assim, no chão, com a bola de couro, toda embrulhada no papel."
Alcindo Silva Filho, mais conhecido como Cidinho da BumBum, nasceu em João Pessoa (PB) em 1944.


"Brincar na neve. Fazer bonecos de neve. Era muito engraçado, porque eu sofria de bronquite, quase morria e na época não tinha essa coisa de balão de oxigênio. Eu ia para a escola, estudava o dia inteiro e vinha almoçar em casa. Aí, em vez de almoçar, eu ficava brincando com bonecos de neve. Quer dizer, eu andava toda cheia de roupa, aí eu chegava, tirava sapato, meia e aí era crise de bronquite. Mas eu não apanhava."
Cláudia Lage Botelho nasceu em Vila Real, Portugal, em 1949.


"Passei a infância, dos três aos nove anos, dentro de uma usina, de uma fazenda. Vivia cercada de cana-de-açúcar, de cavalo, de bicho. Eu montava sozinha, tirava a rédea, montava a pêlo. Eu também andava muito de bicicleta, gostava das brincadeiras de menino. Como jogar futebol, brincar de pique bandeira, queimado. E também de subir em árvore, descer. Meu melhor amigo era o cachorro, eu conversava muito com ele. Vivi intensamente a minha infância."
Ana Carolina Gayoso e Almendra nasceu no Rio de Janeiro, 4 de abril de 1964.


"Eu ia com um tio brincar no Passeio Público, que naquele tempo tinha um aquário de água salgada, que sumiu. Tinha uma moréia muito grande, de meter medo e também cavalos-marinhos. Eu também me distraia na loja do meu avô, na seção quadros para emoldurar, que ficava embaixo. Então, meu primeiro quintal de brincar foi nessa oficina de quadros. Mas com o que mais me habituei foi com os cheiros da loja. O cheiro do papel, do lápis, porque tudo tem um cheiro. Não sei se as pessoas que não são do ramo chegam a sentir, mas a gente sente os cheiros."
Aristides Miranda de Albuquerque nasceu em 1918 no Rio de Janeiro (RJ).


"De 1948 até 1954, eu morei na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, onde a gente só brincava dentro de casa. Em 54, mudamos para a Rua Honduras, um lugar plano, sossegado e eu já tinha uma idade que dava para andar de bicicleta, jogar futebol na rua, jogar taco, enfim, brincar com a vizinhança. Era uma vida saudável. Mas também fizemos muitas besteiras, tipo brigar com outras turmas e roubar olho-de-gato, que estava na moda naquele tempo. Coisas de moleque."
Gilberto Afif Sarruf nasceu em São Paulo, em 1948.

"Minha infância foi na Segunda Guerra Mundial. Então a brincadeira nossa era um pouco violenta com os amigos da escola. Era sempre luta. O batalhão da cidade de baixo contra o batalhão da cidade de cima, um exército mesmo de crianças, mas a gente não jogava pedrinha, não. Jogava bombinha, bomba de mão, que era para fazer explodir a dinamite, que a gente roubava dos alemães. Foi uma infância meio violenta."
Sergio Picchiarini nasceu em Bagni di Lucca, na Itália, em 1934


"Minha infância foi em São Vicente e nossa casa tomava um quarteirão grande. Tão grande, que o Bentevi Futebol Clube usava o nosso terreno lá. Também tinha um jardim imenso, horta, frutas... Era uma vida muito tranqüila. Eu ia passear de barco com os colegas do Colégio São Paulo, filhos da alemãozada toda que trabalhava nas grandes firmas de café."
Álvaro Viana da Cunha nasceu em 1927 em São Paulo.


"Minha família sempre foi muito pobre, eu e meus irmãos nunca tivemos sequer um brinquedo para poder brincar. Quando queria brincar, eu pegava panos e colocava dentro de uma meia, marcava os olhos e criava minha boneca de pano."
Towa Kesselmam nasceu em Odessa, na Rússia, em 1916.

"Os brinquedos da minha infância eram diferentes de hoje, porque eram feitos pelas próprias crianças, que não ganhavam quase nada. Meu brinquedo predileto era a perna-de-pau, feito com um cabo de vassoura onde os meninos mais velhos pregavam um pedaço de madeira para subir e andar. Também gostava de brincar de amarelinha na rua, desenhava com um pedaço de madeira na terra e usava pedrinhas para marcar a posição."
Deluz Gonçalves Casanova nasceu em 1943 no Brasil.
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Brincadeiras Antigas (??)
ANELZINHO (PASSA ANEL)
Desenvolvimento: Forma-se uma roda de crianças, sentadas, com as mãos juntas, palma com palma. Uma delas pega um anel, coloca-o entre as palmas de suas mãos e sai fingindo distribuir o anel dentro da mão de uma delas e depois pergunta: “ Com quem está o anel?” Quem errar paga uma prenda.

FUTEBOL DE PREGO
Desenvolvimento: Um tabuleiro de madeira (60cmX30cm), com dois campos delimitados por um traço; ao redor a delimitação é feita por meio de borracha de câmara de pneu. Os jogadores são representados por 22 pregos fixados no tabuleiro; no centro um pequeno côncavo, no qual é colocada uma bolinha de vidro; duas pazinhas de madeira .

Regra do jogo: A preliminar para muitos jogos infantis, é tirar o par ou ímpar. Os dois jogadores, ficam à frente, um diz: -Par! , o outro diz; Ímpar! Ou vice-versa, mantendo a mão direita fechada atrás. Trazem as mãos para a frente dom a palma para baixo, simultaneamente, apresentando um, dois, três, quatro ou cinco dedos, ou nenhum. Somam-se os números. Se a soma é um número par, ganhou o que disse: "par!". Tem direito a começar o brinquedo ou escolher o primeiro comparsa.

PETECA
Desenvolvimento: Determina-se um espaço. Dividido ao meio por um traço. Cada jogador se locomove por todo o espaço, até a linha divisória, na tentativa de rebater a peteca para o outro lado. Se ela cair no seu próprio lado, o adversário marca um ponto; se sair do espaço delimitado, é considerado "fora" e não há penalidades para nenhum dos dois. Pode-se determinar um número de pontos e quem o atingir será o vencedor, enquanto o perdedor cederá a vez a outro participante.

RODA
Desenvolvimento: Brincadeira infantil também denominada Ronda ou Cirandinha. As crianças, de mãos dadas, rodam e cantam. Algumas vezes, a movimentação é enriquecida com pulos, rodopios, cumprimentos, salamaleques.

A dinâmica aparece sob diversos aspectos, quer na adaptação de letras novas a cantigas tradicionais quer na fusão de duas cantigas que se encadeiam, no aproveitamento de melodias tradicionais com acréscimos e variações também nas letras e ainda na incorporação de dados decorrentes de propagandas veiculadas pelos modernos meios de comunicação, especialmente rádio e televisão.

SEU LOBO
Desenvolvimento: Uma criança é escolhida para ser o lobo e se esconde por perto. As demais dão as mãos e passeiam perto dele, enquanto cantam: "Vamos passear na floresta, enquanto o seu lobo não vem, tá pronto seu lobo?" E ele responde: "não" e acrescenta dizendo: "ainda estou no banheiro". As crianças voltam a cantar e refazem a pergunta: "Tá pronto seu lobo?" E ele responde: "estou me ensaboando". Assim passando por todo o processo do banho e vestimenta, até que ao final disso quando as crianças perguntarem: "tá pronto seu lobo? ele grita tô e sai correndo" . A criança que ele pegar passa a ser o lobo e a cantoria recomeça.

CINCO MARIAS
Este jogo é conhecido também como brincadeira dos saquinhos. Primeiro, faça cinco saquinhos de tecido de mais ou menos 4 cm x 3 cm, com enchimento de areia ou grãos de arroz ou feijão. Depois, é só brincar! Veja a seqüência:
- Jogue todos os saquinhos no chão e pegue um sem tocar nos demais. Jogue-o para o alto enquanto você pega um dos outros quatro - sempre sem encostar nos restantes - e segure-o na volta, com a mesma mão, antes que ele caia no chão. Repita tudo para cada um dos quatro saquinhos.
- Novamente, jogue os cinco saquinhos e pegue um. Faça o mesmo que na etapa anterior, só que agora de dois em dois saquinhos.
- Repita tudo, mas desta vez você vai pegar um saquinho e depois três.
- Agora, você deve pegar os quatro saquinhos de uma só vez.
- O túnel: jogue os cinco saquinhos e pegue um. Com a outra mão, você forma um túnel. Os quatro saquinhos restantes deverão ser passados por debaixo do túnel.

STOP
Você vai precisar apenas de papel, caneta ou lápis para este jogo. O primeiro passo é definir as categorias que o grupo vai listar. Por exemplo: nome, carro, fruta, país, cor. Em seguida, sorteiem a letra. Faça assim: fale A em voz alta e continue o alfabeto apenas mentalmente. Quando um de seus companheiros falar "stop", você diz qual foi a letra. Aí a corrida é contra o tempo. Vocês vão escrever uma palavra que inicie com a letra escolhida para cada um dos itens. Quem terminar primeiro, grita "Stop!". Depois, todos fazem a contagem, item por item. Se dois ou mais participantes colocarem a mesma palavra, vale cinco. As diferentes valem dez. Somem os pontos obtidos em cada letra. Vocês decidem quantas rodadas querem jogar e depois fazem a soma total dos pontos. Ganha aquele que tiver.mais pontos.

ELEFANTE COLORIDO
Uma brincadeira bem simples: alguém começa gritando a frase: "Elefante colorido", e o restante do grupo responde: "Que cor???", aí então o primeiro diz uma cor, e todos devem pegar em um objeto que possui a cor mencionada, o primeiro que conseguir pegar num objeto que contenha a cor vai "reger" a próxima partida.

TELEFONE-SEM-FIO
Para essa brincadeira é bom ter mais de 4 pessoas
Todos os jogadores ficam em fileira, um ao lado do outro. O primeiro da fila inventa uma palavra e cochicha na orelha do amigo, sem deixar que ninguém ouça. Cada uma das pessoas vai cochicar no ouvido do outro amigo até chegar no fim da fila. A última pessoa que escutar a palavra vai ter que dizer o que entendeu em voz alta e o criador da palavra vai dizer se está certa. Muitas vezes a palavra chega totalmente diferente do que foi dito.

ESTÁTUA
Para essa brincadeira é bom ter mais de 3 pessoas.
Você vai precisar de um rádio Todos os jogadores fazem um círculo e um fica como o mestre, controlando o som. Quando o mestre quiser ele abaixa o volume e diz "estátua"! Os jogadores devem ficar em posição de estátua e o animador vai tentar fazer caretas e brincadeiras para ver quem se mexe primeiro. Só não vale fazer cócegas. Quem se mexer ou rir primeiro paga uma prenda e vai para o lugar do animador.

GATO MIA
Número mínimo de participantes: 4
No jogo você vai precisar de uma faixa ou lenço para fechar os olhos do mestre. Todos escolhem quem vai ser o mestre. Depois tampa os olhos dele com o lenço. O mestre conta até dez enquanto os outros jogadores vão para longe. Mas atenção: não vale correr. Quando o mestre terminar de contar, ele tem que procurar as pessoas. Você não pode sair do lugar. Quando ele pegar alguém, diz: gato mia! A pessoa que o mestre pegar tem que miar. E o mestre vai tentar adivinhar quem é. Se o mestre acertar a pessoa vira o próximo mestre, senão vai ter que continuar tentando!

MÍMICA
A partir de 4 pessoas
Divida os times, dois a dois. Cada time vai pensar em um nome de filme, por exemplo, e chamar uma pessoa da outra equipe. A pessoa escolhida vai tentar representar o nome sem dizer uma palavra, para a sua própria turma. Se o time de quem estiver representando acertar em menos de 2 minutos ganha um ponto. Se não acertar, ganha a equipe adversária.

QUE BICHO EU SOU?
Número de participantes: 3 ou mais
Essa é bem engraçada. Uma pessoa escreve o nome de vários bichos ( pode ser um desenho), um em cada folha de papel. Esses nomes devem ser colados nas costas dos participantes sem que eles vejam qual o bicho. Depois disso cada um vai ter que adivinhar o animal que virou fazendo perguntas sobre as características do bicho aos outros participantes. As respostas devem ser sim ou não. O último a descobrir sai da brincadeira e passa a colar o nome dos bichos nos vencedores.brincadeira e passa a colar o nome dos bichos nos vencedores.
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http://www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/jogos-in.html
brincadeiras indígenas
Jogos Infantis: A Influência Indígena

O sentido do jogo como conduta típica de crianças não se aplica ao cotidiano de tribos indígenas. Atirar com arco e flecha não é uma brincadeira, é um treino para caça. Imitar animais são comportamentos místicos tanto de adultos como de crianças, reflexos de símbolos totêmicos antigos. Adultos e crianças dançam, cantam, imitam animais, cultivam suas atividades e trabalham para sua subsistência. Mesmo os comportamentos descritos como jogos infantis não passam de formas de conduta de toda a tribo. As brincadeiras não pertencem ao reduto infantil. Os adultos também brincam de peteca, de jogo de fio e imitam animais. Não se pode falar em jogos típicos de criança indígena. Existem jogos dos indígenas e o significado de jogo é distinto de outras culturas nas quais a criança destaca-se do mundo adulto.
Curumim Yanomami montando seu arco
Entre algumas tribos, as mães faziam para os filhos brinquedos de barro cozido, representando figuras de animais e de gente, estas “predominantemente do sexo feminino”, nota o etnólogo Erland Nordenskiold, em estudos entre tribos do norte do Brasil. O que parece, entretanto, é que essas figuras de gente e de animais não são simples brinquedos, mas elementos de religiosidade. A esse respeito, Kock-Grünberg (1979, p. 135) afirma que meninas de tribos de Roraima não possuem bonecas com formas humanas. Quando o pesquisador oferece uma boneca de louça as indiazinhas chamam-na de tupana, ou seja, “santo”, e utilizam-na como instrumento de adoração, cantando canções sacras que aprendem dos missionários. Menina Marubo com boneca industrializada
A tradição indígena das bonecas de barro não se transfere à cultura brasileira. Prevalece a boneca de pano, de origem talvez africana. Mas o gosto da criança por brinquedos de figuras de animais é ainda de traço característico da cultura brasileira, embora vá desaparecendo com a padronização das indústrias.
A prática de utilizar aves domésticas como bonecos bem como o uso do bodoque e do alçapão para pegar passarinhos e depois criá-los são tradições que permanecem na infância brasileira.
Essa característica também é comentada em 1847, por Fernão Cardim (1925, p. 155), quando se refere às brincadeiras indígenas:
Tem muitos jogos ao seu modo, que fazem com muito mais alegria que os meninos portugueses: nesses jogos arremedam pássaros, cobras e outros animais, etc., os jogos são mui graciosos e desenfadiços, nem há entre eles desavença, nem queixumes, pelejas, nem se ouvem pulhas, ou nomes ruins e desonestos.

Meninos Tukano brincam no rio Balaio - São Gabriel da Cachoeira, Amazonas
O predomínio de brincadeiras junto à natureza, nos rios, em bandos, é outra característica do modo de brincar indígena. É ainda Cardim (apud Freyre, 1963, p. 103) que descreve:
(...) os meninos de aldeia tinham feito algumas ciladas no rio, as quais faziam a nado, arrebentando de certos passos com grita e urros, e faziam outros jogos e festas n’água a seu modo mui graciosos, umas vezes dentro da canoa, outras mergulhando por baixo, e saindo em terra todos com as mãos levantadas diziam: “Louvado seja Deus Cristo: vinham tomar a benção do padre (...)”
De tradição indígena ficou no brasileiro o gosto pelos jogos e brinquedos imitando animais. Diz Freyre (1963, p; 14), que o próprio jogo do bicho, tão popular no Brasil, tem suas origens neste resíduo animista e totêmico da cultura indígena, reforçado, posteriormente, pela africana.

Cascudo (1958, p. 83), ao comentar a presença do elemento indígena nas brincadeiras do menino brasileiro, afirma que em qualquer registro dos séculos XVI e XVII, sabe-se que os meninos indígenas brincavam, logo cedo, com arcos, flechas, tacapes, propulsores; enfim, o arsenal guerreiro dos pais. O divertimento natural era imitar gente grande, caçando pequenos animais, abatendo aves menores, tentando pescar. É que tais brincadeiras não eram mero passatempo como entre os meninos brancos, mas permaneciam no limiar do trabalho ou na tarefa educativa de preparo para a vida adulta.

Durante os dois primeiros anos, a criança fica permanentemente sob os cuidados da mãe ou avó, descansando na faixa de algodão amarrada às costas da mãe. Nesta posição ela recebe o alimento e acompanha sua mãe em todos os lugares: de manhã e à tarde é banhada no rio; durante a manhã acompanha a mãe na plantação, e até a bailes, dormindo dentro da faixa. A vida da criança transcorre sem violência. Não há serviçais. A vida do grupo estimula a cooperação e a solidariedade. Quando uma das crianças ganha um pedaço de chocolate, imediatamente divide-o com outras, mostrando a assimilação de tais valores. A tranqüilidade das crianças e a ausência de brigas são também reflexos do modo de vida dos índios, que jamais alteram a voz ou fazem recriminações. Mulher Kulina carregando filho nas costas, no trabalho de coleta
Brincando, as crianças índias aprendem diversas atividades do cotidiano.
Koch-Grünberg (1976, p. 135 a 177) relata que o primeiro brinquedo do menino é o chocalho de casca de frutas ou unhas de veado que se amarra a uma boneca. Tão logo passa a engatinhar, brinca no chão com pedrinhas ou pedacinhos de madeira, cava a areia e às vezes põe na boca um punhado de areia e se diverte com um inseto amarrado a um fio. Como todas as crianças, os índios gostam de brincar com animais e insetos.
Pouco depois, quando já anda, ele participa, à sua maneira, da vida circundante. Koch-Grünberg relata ter visto um indiozinho de poucos anos de idade brincar de montar a cavalo em seu irmão maior. Os meninos de mais idade rodam pião.

Entre os taulipáng são encontrados piões que zunem, elaborados em forma graciosa, com uma pequena totuma (fruto) redonda e oca, com uma abertura mais ou menos redonda de um lado. Em ângulo reto é atravessado por um palito de madeira, duro e vermelho, que é fixado com um pouco de cera negra. Variantes de totuma como as que fazem zumbidos não funcionam com cordão. No alto do Rio Negro, são giradas com as duas mãos, em área plana, produzindo um som opaco.
Outro brinquedo para meninos é uma matraca, confeccionada com um disco de totuma, com muitas concavidades na borda e uma cavidade no centro, por onde passa um fio, unido nas extremidades. O movimento de virar e esticar o fio produz um ronronar que diverte os meninos.
Entre os wapischana, Grünberg encontra um brinquedo também presente no alto do Rio Negro, no Amazonas. Trata-se de uma pequena mangueira, trançada elasticamente, como uma prensa para mandioca (tipiti). Aberta por um lado, a outra extremidade desemboca em um aro trançado e a ele ligado. Quando se põe o dedo na abertura e se estica a mangueira pelo aro, esta se contrai e o dedo fica enroscado no trançado. O dedo só fica livre quando a mangueira se dilata.
Ainda para se divertir, os meninos taulipáng sopram sobre uma folha dobrada, tal como fazem os caçadores para atrair veados. Outro jogo observado entre eles é o enigma. Um pedaço de cana cortado de modo artístico, em três partes independentes, e que somente com muita força se pode separá-las.

Grünberg observa entre eles o jogo do fio, hoje conhecido também por cama-de-gato e presente até hoje no rol de jogos tradicionais infantis do Brasil. Muitas vezes as crianças recorrem aos outros para desenroscar os fios ou para tirar um dedo e passar para o outro. Os distintos desenhos que fazem têm todos denominações, lembrando objetos, animais e situações de seu cotidiano. Entre os taulipáng, o autor vê jogos de fios representando: raízes da palmeira paschiuba, entrada da casa, mandíbula de macaco e espelho. Nesta comunidade, apenas as meninas brincam com esta modalidade de jogo. Em cima: "pé de ema", em baixo: "casa"
Herbert Baldus (1970, p. 409) observa, também, o jogo de fio entre os tapirapé, tribo tupi, residente no Brasil central, denominado inimá paravuy. Consiste em formar uma multiplicidade de figuras com um fio de algodão. Os xamacóco do Chaco fazem o mesmo jogo, utilizando o polegar do pé os dentes. Entre eles, o jogo do fio não fica restrito às crianças, mas é praticado por todos, meninos, meninas e até adultos. É interessante observar como cada comunidade tem, juntamente com os jogos, crenças que os acompanham.
Kissemberth (apud Baldus, 1970, p. 409) observa, em 1909, que vinte figuras foram formadas com o fio, entre os Karajás, e que três das quais são peculiares aos tapirapé. Entre essas figuras estão: tamanduá-bandeira, urubu, libélula, morcego, arraia, piranha, pacu, tucunaré, socó, outro socó sentado no galho com um cipó atrás de si, mandioca, pilão, rede de dormir, flecha, cabana, vigamento de casa, poça seca, lua, céu estrelado, mulher e coito. Esta última figura, de feitio móvel, é reproduzida pela mulher de kamirahó, provocando risos do marido, crianças e dela mesma, mas de forma bastante natural, mostrando o pouco preconceito existente na comunidade com relação às atividades sexuais. Fato que permite aos índios um cruzamento rápido com os primeiros colonizadores portugueses. Os xamacóco formam figuras variadas a que dão nomes de emas, ovo de ema, carnaúba, dois homens em cima de uma palmeira, dois homens em cima de uma algarobeira, morro, rastos de onça, piranha, cama de tronco e lua nascente.
Os jogos infantis de algumas populações de zona rural não apresentam o espírito de competição que caracteriza as crianças de zona urbana (Garcia, 1981, p. 193). Mesmo entre os adultos, não há competição, nas situações de jogo. Baldus (1970, p. 409) comenta a ausência desse comportamento nas corridas dois a dois, na festa indígena denominada apachirá. Apesar do esforço manifesto pelos participantes, após o término da contenda, há apenas uma troca de sorrisos, típica dos jogos de movimento.
Os meninos tapirapés gostam de fazer correr uma argola de tamankurá, com auxílio de um bastão. Assim, vão de um lado para outro, sem nunca, porém, lhes ocorrer fazer uma competição ou brincar de arremessar a argola e apanhá-la no ar.
Del Priore (1991, p. 20) observa, também a presença dessa brincadeira de rodar argolinhas entre os indígenas catequizados pela Companhia de Jesus, em 1550, no Brasil.
Brincar com aro parece ser um jogo bastante antigo. D’Allemagne cita a presença dos aros em atividades relacionadas às festas, acrobacias e ginásticas de adultos. Além dos aros servirem para corridas, os antigos conhecem seu emprego como acessórios de concursos de força e de habilidade.
No Banquete, de Xénephon, é encontrada uma descrição típica desse exercício:
Eu vejo, diz Sócrates (cap II), uma criança com arcos e começa a expectativa. Logo que a flauta se põe a tocar música, a pessoa que se coloca perto da dançarina lhe passa 12 aros. Ela as toma e se põe a dançar ao mesmo tempo que joga ao ar, imprimindo um movimento de rotação e calculando a força com aquela que dança para receber em cadência...
O emprego dos aros, nos exercícios de ginástica e nos torneios de força, aparece na maioria das gravuras do século 16, representando jogos públicos.
São muito apreciados pelos indígenas jogos de grupos imitando animais. Entre os preferidos estão, segundo Koch-Grünberg (1979, p. 138-139):
1. Jogo de Gavião
2. Jogo do Jaguar
3. Jogo do Peixe Pacu
4. Jogo do Jacami
5. O Jogo dos Patos Marreca “wawin”
6. Jogo do Casamento
Os vários jogos envolvendo figuras de animais, sempre colocando em oposição grupos ou elementos – enfim, jogos que envolvem o pegador – incluem sempre a imitação dos gestos, dos movimentos, cantos e grunhidos dos animais ou aves.
Muito semelhante ao jogo do jaguar, há um brincado na região central de Mato Grosso, descrito por Alexandre Moraes de Mello, em Jogos Populares Infantis como Recurso Pedagógico de Educação Física, publicado em 1985. Ali, ele descreve a brincadeira denominada gavião e os pintinhos, ou também chamada galinha e o gavião.


Há ainda, entre os jogos indígenas, segundo relato de Paul Ehrenreich (1948, p. 65), os das tribos karajá, do Rio Araguaia, na região do Estado de Goiás, região Centro Oeste do Brasil. Nessa tribo também predomina a imitação de atividades dos adultos nos jogos de arco e flecha, na pesca e nos trabalhos domésticos. Entre os brinquedos, há a produção de figuras de argila, piões, canoas, remos e vasilhames de cozinha. Menino Juruna com arco e flecha
Um jogo bastante apreciado, inclusive pelos adultos, é a peteca, feita com palha de milho e o miolo em forma de argola, e também o jogo do fio.
Uma constante que permanece nas brincadeiras é a predileção dos curumins pela imitação de pássaros e animais.




Jogos Infantis / Tizuko Morchida Kishimoto – Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
Curumim yanomami: foto de Leonide Principe, publicada por Amazon Multimedia Stock.
Menina Marubo: foto de Renato Soares, publicada em Brasil Indigena 500 Anos de Resistência / Bendito Prezia, Eduardo Hoornaert. - São Paulo: FTP, 2000.
Meninos Tukano: foto de Hélio Nobre, publicada no calendário 2003 do Ideti (Instituto de desenvolvimento das tradições Indígenas).
Mulher Kulina: foto de Heiner heine, publicada em Brasil Indigena 500 Anos de Resistência / Bendito Prezia, Eduardo Hoornaert. - São Paulo: FTP, 2000.
Cama de Gato: Ilustração de Hamilton Botelho Malhano para o Dicionário do Artesanato Indígena / Berta G. Ribeiro. - Belo Horizonte: Editora Itatiaia Ltda, 1988.
Pião: foto de Angelo Zucconi - Coleção do autor.
Tipiti: foto de Angelo Zucconi - Coleção do autor.









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http://www.setor3.com.br/senac2/calandra.nsf/0/A97BD96F61DAD6348325707B006FAC84?OpenDocument&pub=T&proj=Setor3&sec=Reporter+S3...
Pesquisas redescobrem a cultura e o universo lúdico de indígenas
Daniele Próspero13/09/2005 Quem disse que jogos e brincadeiras são coisas de criança? O professor do museu britânico Irving Finkel, especialista em jogos e coordenador de um amplo trabalho de pesquisa na Índia, garante que essa idéia não é verdadeira e o lúdico, o jogar, é uma atividade básica do ser humano e, portanto, não tem idade para acontecer. Segundo o especialista, não existe nenhuma sociedade no mundo onde os jogos de tabuleiro não são jogados. Os jogos mais antigos são do Oriente Médio e datam de 7.000 anos antes de Cristo. Ele afirma que durante séculos estes jogos não foram jogados por crianças, mas sim por adultos. Somente a partir do século XIX é que o mundo ocidental passou a incentivar os mais jovens a jogarem também. Jogos como gamão e ludo são similares há jogos datados de 2 mil anos atrás. Muitos outros são encontrados em povos bem distantes. A perna-de-pau, por exemplo, era utilizada pelos aborigenes para louvar um Deus, e os pigmeus para celebrar a vida. Um dos jogos mais complicados já encontrados, além do xadrez, foi achado num povo considerado como "estúpido" e caçadores de cabeça na Índia. Segundo Irving, poucos especialistas, como sociólogos ou antropólogos, tiveram interesse pelo assunto por causa do preconceito em afirmar que jogos são para as crianças. Mesmo com essa pouca curiosidade dispensada pelos estudiosos em relação aos jogos, alguns profissionais apostaram nesse tema para trazer à tona todas as informações da cultura de diferentes povos a fim de que a cultura destes não se percam com o tempo. Marina Herrero, gerente-adjunta do SESC São Carlos, por exemplo, está realizando pesquisa dos jogos e brincadeiras, principalmente aquelas relacionadas ao corpo e mitos, nas aldeias do alto Xingu há quatro anos. Inicialmente, a equipe fez um levantamento de 25 brincadeiras que poderiam ser encontradas na região. Marina conta que o grupo acredita que, destas, cinco estavam extintas. No entanto, a equipe descobriu que 16 já não eram mais praticadas. De acordo com Marina, o mais interessante era a alegria com que os índios brincavam, promovendo uma grande interação entre as diferentes faixas etárias. "Qualquer coisa vira brincadeira para eles. Como a educação é algo muito solto, a brincadeira e o jogo é uma forma normal de se educar para eles", comenta a pesquisadora. Marina lembra ainda de que as brincadeiras dos brancos são tão competitivas, todos querem ganhar, que o lúdico fica de fora. "Mas o objetivo dos índios não é ganhar, amas sim sobreviver. Ou seja, as brincadeiras preparam para vida. Assim, elas trabalham habilidade, criatividade, força, coragem, família, sexualidade, entre outras", destaca. Por isso, uma das brincadeiras é, por exemplo, uma corrida com um pé só sem respirar emitindo sons sem abrir a boca. Quem tiver mais resistência conseguirá chegar mais longe. As brincadeiras ocorrem em todos os lugares, na terra, na água, na mata e dentro da OCA, sempre com uma ligação forte aos animais, com o jogo da minhoca e do gavião, por exemplo. No jogo do morcego, os homens mais corajosos dentro da OCA têm que subir até o telhado e se pendurarem de cabeça para baixo. Em outra brincadeira que testa a força dos participantes, os homens ficam enfileirados e agarrados a um tronco no centro da aldeia e as mulheres têm que tentar tirar um por um de lá. Segundo Marina, o mais importante da pesquisa até agora foi o fato de que os índios mais velhos passaram a ensinar os mais jovens as antigas brincadeiras já que, agora, as crianças acabam tendo acesso de cerca de duas horas por dia à televisão, deixando de brincar, ou ainda preferem o futebol. No entanto, no momento em que a equipe deixou o lugar, muitas crianças já estavam brincando de jogos que haviam se perdido. A proposta agora da equipe é lançar um livro e um DVD mostrando toda a expedição e as experiências adquiridas. A beira do Amazonas Muitas das brincadeiras e jogos encontradas pela equipe de Marina no alto do Xingu são facilmente vistas também em outras comunidades, como as ribeirinhas, na região do Amazonas. A pesquisadora Renata Meirelles, coordenadora do projeto BIRA -Brincadeiras Infantis da Região Amazônica, visitou durante quase um ano 16 comunidades, sendo três indígenas e 13 ribeirinhas. A proposta foi verificar como as crianças interagiam com as brincadeiras, além de possibilitar um intercâmbio e uma aprendizagem sobre as brincadeiras de outras partes do país que já estavam esquecidas, trazendo novas perspectivas. Mas, na opinião de Renata, o mais importante não foi o jogo ou o brincar em si, mas sim toda a relação que envolvia este processo, como a participação da família e dos membros mais antigos da comunidade. "Teve um momento que falamos para um grupo de crianças sobre um tipo de pião. Elas passaram o dia inteiro tentando fazer e não conseguiram. O pai chegou de noite e disse que ensinaria no dia seguinte. Tivemos então que esperar. No outro dia, eles conseguiram montar o brinquedo. Mas, no final, o avó viu e disse que eles estavam jogando errado e que no dia seguinte ensinaria.Ou seja, esperamos mais um dia. Somente depois disso é que ele ensinou os netos a jogar. O interessante é que um pião demorou três dias para ser jogado corretamente, mas logo depois foi esquecido. Para eles, o mais importante não é o objeto em si, mas a habilidade e conhecer como fazê-lo. O conhecimento de fazer é a riqueza", aponta a especialista, destacando que, acima de tudo, os brinquedos trazem um desafio para aos participantes. Prova disso é que a brincadeira já começa muito antes, na espera, por exemplo, da colheita do milho que depois será transformado em uma peteca. O conhecimento sobre o ambiente é essencial para poder brincar de perna de pau, já que eles precisam encontrar a madeira certa para isso. Assim como as brincadeiras dos índios do Alto do Xingú, os jogos das comunidades da Amazônia também trabalham muita a força e a formação de guerreiros. A mesma brincadeira do poste no centro da aldeia é chamado na região amazônica de brincadeira do tatu. E entre as próprias etnias pode haver diferenças também. Outro dado observado pela pesquisadora foi a relação diferente dada ao brincar pelas mulheres e homens. Segundo Renata, as mulheres entram no jogo muito mais com o corpo, ou seja, usam o seu próprio corpo como instrumento - pular corda, por exemplo. Já os homens utilizam muito mais um outro objeto como parte, como se esse instrumento estivesse lá com ele guerreando - caso do pião. Além disso, é pouco encontrada brincadeiras como "casinha" ou "de boneca" como ocorre em outras regiões do país. Renata acredita que isso ocorre porque as crianças têm uma relação muito próxima com o mundo adulto e, por isso, não têm muita necessidade de simbolizar isso em forma de brincadeiras ou jogos. Leia Mais...
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